GREVE NA MOVEAVEIRO O STAL enviou hoje um ofício ao presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Élio Maia, informando que a partir de segunda feira, 21, os trabalhadores passarão a promover uma vigília de protesto até ao final da greve, junto ao Centro de Congressos, através da qual exigem a sua intervenção no processo. Para as 11.00 horas foi solicitada uma audiência, na qual o sindicato pretende entregar um dossier do processo e fazer um «convite negocial» ao edil.
Ao fim de uma semana de greve, que regista a paralisação total dos transportes urbanos, o Sindicato entende que Élio Maia tem a obrigação de intervir de forma «firme, enérgica e determinada, no sentido de proporcionar o desejável e racional espaço negocial que os trabalhadores exigem», evitando o prolongar de um conflito que estes «não desejam mas estão determinados a levar até ao fim».
O Sindicato lembra que a greve «tem como única reivindicação o reinício das negociações para o Acordo de Empresa e a assinatura de uma acta de consolidação da matéria já acordada» e lamenta que o conselho de Administração da Moveaveiro «não honre os compromissos» que nesse sentido havia assumido, antes preferindo «de forma claramente antidemocrática, tornear os efeitos da paralisação através da violação do direito à greve, da coacção de trabalhadores e do recurso à demagogia e à mentira junto dos utentes dos transportes, da imprensa e mesmo dos próprios trabalhadores».
Na missiva o sindicato considera que «estamos perante uma situação de incapacidade negocial, de manifesta falta de vontade para o diálogo e de desrespeito total pelo direito de negociação, principio consagrado pelo quadro jurídico-laboral português como instrumento privilegiado na regulamentação das relações de trabalho, bem como pelas diversas instituições internacionais, designadamente a União Europeia e a OIT», situação que, acusa, merece a «complacência» de Élio Maia.
Lembrando ao autarca os «diversos compromissos que assumiu no sentido de se empenhar no desenvolvimento do processo negocial e na conclusão do Acordo de Empresa», o STAL considera que a greve se prolonga também por sua responsabilidade, «dada a manifesta inércia que assume quanto ao comportamento da Administração da Moveaveiro, afinal uma empresa da qual a Câmara Municipal de Aveiro é única proprietária».
Por isso, questionando o presidente da autarquia, o Sindicato considera que os trabalhadores da Moveaveiro, «uma boa parte funcionários da Câmara Municipal de Aveiro», e as populações, «confrontadas com uma greve que a simples satisfação de uma reivindicação tão simples como a do direito de negociação poderia evitar», exigem a sua intervenção.
Não intervindo no processo, o sindicato considera que Élio Maia será transformado «no principal responsável pela manutenção de mais uma semana de greve e dos transtornos que a mesma causa aos utentes dos transportes municipais, bem como de outras formas de luta, mais radicais, que os trabalhadores desde já estão determinados a equacionar».
Aveiro, 18 de Janeiro de 2008
A Direcção Regional de Aveiro do STAL
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