Câmara responde com demagogia e ameaças |
26-Mai-2004 | |
GREVE NA AMADORA COM ADESÃO TOTAL
Numa tentativa desesperada de minorar os efeitos da greve, o presidente da Câmara Municipal da Amadora enveredou pelo caminho da demagogia, da coacção sobre trabalhadores, ameaças e violações da lei da greve. Os trabalhadores respondem com determinação e firmeza, numa luta que continua a paralisar totalmente a recolha de lixo em todo o concelho e regista uma significativa adesão no sector dos jardins. Na segunda-feira, 24, os restantes trabalhadores da autarquia aderiram também em elevado número a uma greve de solidariedade. Violação da lei e coacção As pressões junto dos trabalhadores para que não aderissem à greve começaram mesmo antes do seu início. No passado sábado um encarregado dos motoristas decidiu convocar uma reunião para informar que seriam marcadas faltas injustificadas a quem não comparecesse ao trabalho. Esta coacção ilegal sobre os trabalhadores teve, ao que parece, o apoio do presidente da Câmara. O STAL denunciou já estas atitudes e avançou com uma queixa junto do Ministério Público. Para além de ameaças verbais, registram-se ainda violações à lei da greve. Desesperado, Joaquim Raposo não olha a meios para tentar cercear este direito fundamental dos trabalhadores. Argumentos demagógicos Sobre um comunicado que a Câmara Municipal da Amadora têm vindo a distribuir junto da população e algumas declarações prestadas à imprensa pelo seu presidente, o STAL lamenta que o edil pretenda, de forma falaciosa, iludir a opinião pública sobre as efectivas razões que levaram os trabalhadores a esta greve. De facto, não basta declarar, como faz Joaquim Raposo, se a Câmara tem ou não razões para privatizar serviços. O STAL e os trabalhadores exigem que a autarquia assuma as verdadeiras intenções sobre a gestão do sector de recolha de resíduos sólidos e dos jardins. Em entrevista recente ao jornal A Capital, o presidente da Câmara declarou ser sua intenção criar uma empresa municipal de capitais mistos, revelando mesmo a existência de um estudo económico e de um projecto de estatutos em fase de conclusão. Joaquim Raposo afirma que a criação de uma empresa deste género não é um processo privatizador. Qual será então a diferença entre a criação desta, na qual se prevê a participação de privados com 49 por cento, e a privatização de 49 por cento do capital da Águas de Portugal? Sobre este aspecto, o STAL recorda que há cerca de uma semana Joaquim Raposo foi anfitrião do líder do seu partido, Eng.º Ferro Rodrigues, num jantar em que este se afirmou claramente contra o processo de «privatização» da Águas de Portugal. Contradições inexplicáveis! Insistência inadmissível Só outros interesses que não os do concelho da Amadora ou o dos munícipes levam a que o presidente da Câmara não responda à reivindicação clara e simples dos trabalhadores – o abandono das intenções de criar uma empresa municipal para os sectores do lixo e dos jardins, iniciando um efectivo processo de melhoria do funcionamento dos serviços e de rentabilização dos equipamentos existentes.
É inadmissível que o edil mantenha esta greve, que é da sua inteira responsabilidade, penalizando os trabalhadores e a população da Amadora. |